No grande universo da fotografia profissional, uma dúvida muito comum é: “Qual papel fine art devo escolher?”
Nessa matéria explicaremos todos os aspectos importantes que devem ser levados em conta antes da escolha de um papel para a impressão.
O que é um papel fine art?
O papel fine art é um tipo de papel composto por fibras naturais, geralmente de algodão ou alfa-celulose.
Ele se destaca em relação aos demais devido a sua grande durabilidade (quando conservado de maneira apropriada).
A maior longevidade se dá por duas razões:
- O papel fine art não é branqueado artificialmente com agentes ácidos
- A lignina encontrada no papel (macromolécula ligada à celulose) é extraída durante o processo de fabricação.
Devido ao contato da imagem com a luz solar, papéis que são branqueados artificialmente e que possuem a lignina em sua composição tornam-se quebradiços (com rachaduras) e amarelam com o tempo.
É por isso que os fotógrafos profissionais sempre vão optar por um papel fine art para a comercialização de suas obras.
Tipos de papel fine art
Alfa-celulose
Esse papel é feito de polpa de madeira. A alfa celulose é composta por várias moléculas de carboidratos ligados entre si para formando uma cadeia.
Durante o processo de fabricação do papel, essa cadeia é quebrada; refinada para remover elementos indesejáveis e então reformada para dar resistência à folha. A alfa-celulose fornece um papel resistente, durável e de bom custo/benefício.
Para criar diferentes acabamentos na superfície do papel, as fibras de Alfa Celulose podem ser combinadas com outros materiais, como linters de algodão.
Algodão
Esse papel pode ser feito de três maneiras: linters (fibras curtas) de algodão, retalhos de tecido ou uma combinação dos dois.
Ele, geralmente, é de qualidade superior, com resistências e durabilidades fantásticas.
Documentos importantes são frequentemente impressos em papel de algodão, pois ele é conhecido por durar muito tempo sem se deteriorar.
Papéis fotográficos RC
RC significa “Resin Coated”(revestimento de resina). Durante a fabricação, esse tipo de papel é selado com duas camadas de polímero (frontal e traseira) embebidas em agentes reativos à luz que se modificam com um processo químico de revelação. São papéis utilizados para o processo de impressão química ou C-Print. Eles podem ser mergulhados em líquido para o processo de revelação.
Alguns papéis RC também são preparados para impressoras jato de tinta.
Coating (revestimento)
O revestimento é uma mistura de argila, pigmento branco e aglutinante. Existem diversos tipos, variando conforme seu grau de suavidade e dureza: revestimento fosco creme, fosco branco, semi-brilho e brilhante.
Quando aplicado a uma folha de impressão, fornece uma superfície na qual a tinta pode se assentar (reter). Em uma superfície não revestida, a tinta é absorvida e se espalha.
A dureza do revestimento – sendo o brilhante o mais duro – faz com que os pequenos pontos de tinta que compõem a imagem não se espalhem tanto no papel, e, portanto, apresentem bordas e cores mais nítidas.
A superfície lisa e dura do papel revestido reflete a luz de maneira mais uniforme. É por isso que um revestimento brilhante realmente faz as fotos “saltarem” da página.
Todos os papéis fine art certificados possuem um revestimento. Suas funções são:
- Restringir a quantidade de tinta que é absorvida pelo papel, permitindo que ela se estabilize em pontos definidos
- Preencher as irregularidades do papel para que a superfície fique toda homogênea.
- Mudar a viscosidade do papel, ajudando na proteção contra água.
Muitos usam revestimentos naturais de origem animal ou vegetal, como por exemplo, a Caseína (uma proteína encontrada no leite fresco) e o amido de milho.
Também podemos encontrar revestimentos de origem mineral, tais como os indicados abaixo.
No vídeo abaixo você pode entender como o processo de coating é feito:
Alvura do papel
Brancura (alvura) se refere à tonalidade da folha de papel.
Os níveis de branco mais “baixos ou ‘naturais” apresentam uma cor mais próxima do creme; já os níveis mais altos ou “brilhantes” são vistos como brancos azulados.
Os brancos baixos absorvem a luz azul; eles tendem a funcionar melhor com imagens baseadas em amarelo / tons mais claros.
Tons brancos mais altos refletem a luz azul e tendem a ser mais vibrantes. Quanto mais branco o papel, maior o contraste entre a folha e a imagem, consequentemente, maior a gama de cores alcançada (tonalidades).
Peso (gramatura)
O peso do papel fine art é medido em gramas por metro quadrado (g/m²).
Os papeis mais pesado oferecem uma maior rigidez. A definição de qual será o peso ou gramatura do papel dependerá do tipo trabalho.
Separamos as diferenças de peso e em qual situação cada um costuma ser utilizado:
– 60-100 g/m² é o padrão para a maioria dos papéis de impressão domésticos (Papel sulfite, por exemplo).
– 110-140 g/m² é o peso típico da maioria dos papéis de pôster e folhetos tradicionais. É robusto o suficiente para suportar um pequeno desgaste, mas muito fino para uma impressão fine art.
– 170-200 g/m² é um papel mais pesado e resistente. Este possui o peso mínimo recomendado para uma impressão fine art e é bom para ser emoldurado.
– 210-300 g/m² é o peso que já não sofre muitas ondulações quando em contado com baixa humidade ondulações
– 310-400 g/m² é um papel muito mais espesso, semelhante a um cartão que podem ser apresentados sem o auxílio de estruturas, como uma moldura.
Textura
O papel fine art com textura lisa fornece um bom suporte para fotografias. Nele, as cores são muito saturadas e os contrastes são marcantes.
Já o papel texturizado apresenta é usado para trabalhos onde o papel se torna parte do trabalho.
A textura fica visível nas áreas de cores claras da imagem, como nuvens, ao passo que se torna menos evidente nas áreas pretas. O resultado é uma impressão mais “física” da imagem, como uma pintura.
Acabamentos para papel fine art
1) Fosco / Matte
É o papel com acabamento fosco que pode ter uma superfície tanto lisa quando reticulada.
Ele é frequentemente usado em fotografias preto e branco.
2) Brilhante / Glossy
O papel brilhante geralmente tem uma superfície lisa e reflexiva criada por um revestimento de resina. Acabamentos brilhantes são ótimos para realçar contraste, detalhes e cores em sua imagem, gerando detalhes nítidos.
Lembre-se de que, se estiver exibindo sua imagem em papel brilhante, poderá ter problemas com o brilho em certos ângulos.
3) Lustre / Luster
O papel lustre é um meio-termo entre o brilhante e o fosco.
Ele possui uma saturação de cor mais profunda do que o papel fosco e é mais resistente às impressões digitais e reflexos que o papel brilhante.
4) Metálico
O papel metálico ao contrário dos outros, substitui a base branca dos outros papeis por uma base metalizada, o que significa que todas as partes claras da sua fotografia terão um tom prateado. Este tipo de papel tem excelentes resultados para alguns tipos de imagem e resultados sofríveis para outros tipos. Vale a pena experimentar em pequenos tamanhos antes de se comprometer em produzir uma imagem de grande formato.
Matte
Glossy
Luster
Metallic
Conclusão
Muitos elementos determinam a qualidade de um papel fine art.
Entendendo os tópicos abaixo (que foram discorridos ao longo da matéria), você poderá ter maior autonomia de escolha e ficará mais satisfeito com o resultado:
– Tipo de papel: Algodão, Alfa-celulose.
– Cor do papel: Brancura mais ou menos acentuada.
– Gramatura do papel: Medido em gramas por metro quadrado (g/m²).
– Textura: Liso ou texturizado
– Acabamento da superfície: Fosco, brilhante, lustre ou metálico.
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