De acordo com uma pesquisa recente, fotógrafos profissionais de casamento, passam apenas 4% do tempo, em média, tirando fotos. O pós-processamento, por outro lado, consome impressionantes 77% do tempo.

Embora cubra apenas um nicho, esse levantamento nos dá uma ideia da importância da pós-produção no mercado atualmente.

Pós produção ou pós processamento são sinônimos para a mesma tarefa e estão diretamente ligados ao cotidiano do universo fotográfico.

Nessa matéria veremos o que esses termos significam, suas importâncias e diferentes maneiras de aplicá-los.

O que é pós produção na fotografia?

Pós produção e pós processamento cumprem o mesmo papel: ajustar uma imagem depois de capturada pela câmera em um software de edição.

Fotógrafos profissionais frequentemente fazem esses ajustes em seus trabalhos e os programas mais utilizados são o Lightroom e o Photoshop, tendo cada qual com suas especificidades.

É importante lembrar o seguinte: a edição não significa necessariamente mudança na imagem; mas sim um aprimoramento. A grande maioria não adiciona nada de novo às suas obras.

Na verdade, na maioria das vezes, as únicas diferenças reais estão na cor e na exposição.

Qual a importância?

Como cada fotógrafo tem sua própria ideia do que torna a “edição perfeita”, com o tempo eles começarão a criar um estilo único, favorecendo certos tons de cor e níveis de contraste que combinam com seus gostos.

Esses estilos de edição são uma das diferenças mais notáveis ​​entre todos os fotógrafos profissionais.

Antes dos ajustes, era comum você ter que ser mais criativo ou ir mais longe para capturar uma imagem totalmente exclusiva.

Esta ainda é uma das melhores maneiras de se destacar como fotógrafo, mas, com as mídias sociais, não é incomum ter alguém copiando suas ideias.

Felizmente, a maioria das pessoas tende a editar suas fotos de maneira completamente diferente. Portanto, mesmo com exatamente a mesma foto, a edição final da imagem parece completamente única. Com o tempo, esses estilos de edição se tornam sinônimos da marca de um fotógrafo e é a razão pela qual as pessoas os contratam.

Pós processamento fotografia

Técnicas de pós produção na fotografia

1. Fotografar em RAW

Arquivos no formato RAW abrem um mundo de possibilidades quando se trata de edição.

Isso acontece porque a imagem original permanece intacta e não processada pela câmera. Do outro lado temos o JPEG, um formato que gera uma compressão no arquivo.

Mesmo que as configurações de sua câmera estejam perfeitas para a foto, os dados brutos que o sensor captura exigem que algum trabalho seja feito para aperfeiçoá-los.

Ao fotografar em JPEG, a câmera faz isso por você de uma forma predeterminada que não pode ser revertida. Já em RAW, é preciso (ou possível) fazer isso no computador. Ajustar uma imagem neste formato com um software é uma técnica de pós-processamento.

Falamos mais detalhadamente sobre isso em outro artigo: Entendendo o balanço de branco na fotografia.

2. HDR

A técnica HDR envolve tirar várias fotos da cena com exposições diferentes (os fotógrafos chamam isso de “bracketing”).

Por exemplo, eles podem tirar uma foto que está superexposta (muito clara), uma subexposta (muito escura) e outra mais equilibrada. Muitas câmeras têm um recurso para fazer o bracketing automaticamente, mas como tudo isso é feito na câmera, não é pós-processamento.

Depois que um fotógrafo tira as fotos dessa maneira, ele as importa para seu computador e usa um software para mesclá-las, fazendo com que a cena pareça muito mais com o que foi visto originalmente.

Essa fusão de várias fotos em uma única foto, onde a iluminação é mais equilibrada, é outra forma de pós-processamento.

3. ETTR (Expose to the right)

Expose to the right (Expor à direita) trata de uma técnica diretamente ligada à leitura de Histogramas e entendimento de iluminação ambiente numa fotografia.

Devido à forma como os sensores dentro de nossas câmeras funcionam, eles não são tão bons em capturar as sombras (áreas mais escuras) da cena retratada. Eles são muito melhores em capturar os brilhos (áreas mais iluminadas).

Por causa disso, alguns fotógrafos propositalmente fazem uma superexposição de suas fotos, para que as sombras fiquem mais claras.

Essa técnica tem esse nome devido à aparência de uma imagem ligeiramente superexposta em um histograma, onde há uma curva acentuada em seu canto direito no gráfico. Você pode entender melhor sobre este assunto com o artigo Histograma: brilho e distribuição tonal.

Uma vez que o método ETTR superexpõe a foto, caso ela seja impressa sem ajustes posteriores, o resultado não será muito satisfatório devido ao alto nível de brilho.

Assim, o fotógrafo tirará a foto sabendo que ao importá-la para o computador deverá utilizar um software de pós-processamento para alterar a exposição, escurecendo-a até que pareça correta.

4. Filtros

Se você usou qualquer mídia social que possua compartilhamento de fotos, você sabe o que filtros simples podem fazer.

Deixar a imagem em preto e branco, aplicar um tom vintage, sépia… tudo isso é pós-processamento.

Softwares de edição como o Photoshop oferecem muito mais filtros do que os presentes nos celulares. Eles são baseados nos filtros físicos que alguns fotógrafos utilizam na frente de suas lentes.

Existem dois tipos básicos de filtros de pós-processamento: graduados e radiais. Ambos realizam alterações na imagem abrangendo todos os tipos de intensidade, da mais suave à mais contrastante.

O tipo graduado aplica o efeito em linha reta, ou seja, de cima para baixo, da esquerda para a direita, etc. Já o tipo radial aplica-o em um padrão circular.

5. Curvas

As curvas permitem uma melhoria na exposição, através de uma diferenciação no nível de luz na imagem (brancos mais brancos e pretos mais pretos).

Elas ajustam a luz, sombras e também os pixels de tom médio separadamente. Isso possibilita a criação ou diminuição de contraste na foto.

Usando o Photoshop, você pode ver esta opção em Imagem> Ajustes> Curvas.

6. Saturação e vibração

A saturação realiza o aumento na intensidade de todas as cores presentes na cena retratada, independentemente do seu nível atual.

Já a vibração conserva as partes da imagem que estão saturadas (normalmente tons de pele) e corrige apenas o que necessita ser modificado.

A saturação pode ser uma ferramenta útil, mas ajustar as cores simultaneamente acaba exigindo um grande cuidado, afinal, algum elemento da imagem pode ficar com as cores completamente distorcidas.

Opte pela vibração, com essa ferramenta é mais provável que você produza imagens mais realistas durante a pós-produção.

Conclusão

O processo de pós produção de uma fotografia é bastante importante e, dependendo de seus objetivos, pode se tornar bastante complexo. É necessário tempo e estudo para aplicar as técnicas corretas.

É importante ressaltar que antes de sair ajustando todas as fotos de  sua câmera, a primeira coisa a se fazer é decidir quais valem seu tempo e esforço. Não adianta editar uma imagem fora de foco ou com ruído, pois elas não atrairão os compradores e provavelmente serão rejeitadas em qualquer seleção.

Revisores e compradores verão as imagens com resolução de 100%, portanto, sempre verifique se há algum problema em sua foto original.

Dito isso, gaste um tempo aperfeiçoando seus recortes, refinando as configurações de matiz, saturação, luminosidade,  curvas de tom, e assim por diante. São muitas opções a serem exploradas até você começar a adotar uma “identidade visual” em todas as suas fotos.

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