O que é metacrilato?
O metacrilato é um processo no qual uma imagem é embutida entre duas placas de acrílico.
A fotografia é fixada entre as placas por um filme adesivo de poliéster ou polímero elástico (material que varia conforme o produtor).
Esse processo, conforme veremos na matéria, é uma excelente opção de acabamento para imagens.
Vantagens do metacrilato
Como a imagem fica embutida entre duas placas, o metacrilato proporciona os seguintes benefícios em comparação a uma simples impressão:
- Isolamento de agentes oxidantes e umidade. Consequentemente, maior longevidade (acima de 90 anos).
- Cores mais vibrantes, um aspecto líquido.
- Efeito de tridimensionalidade graças à refração da luz.
- Por levar somente um perfil na parte traseira, não há a necessidade de usar moldura.
- Facilidade na limpeza: apenas com um pano de microfibra umedecido por água ou álcool isopropílico é possível remover sujeiras e marcas.
Origem
O processo de produção do metacrilato utilizando polímeros elásticos foi patenteado pelo suíço Heinz Sovilla-Brulhart em 1969, e desde então vem sido guardado a sete chaves pela família do cientista.
Com o tempo, novos processos foram desenvolvidos e novos polímeros criados. Muitas empresas desenvolveram filmes adesivos de poliéster com qualidade óptica para utilização em “backlight” enquanto outras aprimoraram o sistema de polimerização neutra para a fixação da imagem ao acrílico para utilização em impressões fine art.
Processo do Metacrilato
1. Filme óptico adesivo
O método mais comum é o que utiliza um filme adesivo à base de poliéster. Este filme, em muitos casos, já vem com uma camada protetora dos raios UV e garante que a imagem não sofra degradação através da incidência da luz.
Um fato a ser considerado é que o filme adesivo, com o tempo e a ação da variação de temperatura, sofre um processo de delaminação. Um quadro produzido utilizando este processo termina apresentando bolhas entre 1 a 10 anos após sua produção.
2. Polimerização frontal
Este é o mesmo sistema que nos anos 60 foi patenteado pelo suíço Heins Sovilla-Brulhart.
A imagem é colada no acrílico utilizando um polímero elástico. Este processo, ao contrário do filme adesivo, é mais demorado. O polímero demora 72 horas para ter uma cura total, o que retarda bastante o tempo de produção de uma obra.
O grande segredo do processo não está no polímero, mas no catalisador utilizado para criar uma adesão entre este e o acrílico. Este processo foi mantido em segredo até 1995 quando a patente de Sovilla caiu e mais pessoas tiveram acesso à formulação do catalisador.
Desde então, polímeros mais eficientes surgiram e a tecnologia da produção do metacrilato melhorou.
Aplicação do polímero
São poucas as empresas que fazem este processo que, por ser difícil, é feito somente na parte da frente da imagem, para depois usar um adesivo na parte de trás para a colocação da outra chapa de acrílico, poliestireno ou ACM.
Existem críticos a este processo, pois o adesivo usado no verso pode, com o tempo, alterar a cor da imagem em função do caráter não neutro da sua cola.
3. Polimerização total
Este é o processo mais elaborado de todos, pois usa o mesmo polímero neutro para colar a frente e o verso da imagem. O tempo de produção é lento, mas garante com que a imagem fique preservada em um ambiente inerte de ambos os lados. São pouquíssimas empresas que produzem este tipo de metacrilato no mundo. Uma delas somos nós, o Laboratório de Arte Contemporânea Instaarts.
Metacrilato Multilayer produzido pelo Instaarts
Longevidade do metacrilato
Apesar de ninguém ter visto um metacrilato de 100 anos (já que nem a invenção do acrílico tem esta idade), existem processos de envelhecimento acelerado em autoclave que podem estimar sua longevidade.
Estudos usando mais de 100 amostras com todas as possíveis variações de papel, polímero, dupla-face e catalisador chegaram à conclusão de que o metacrilato produzido da forma correta (polimerização total) teve uma vida projetada de 90 a 110 anos.
Preço do metacrilato
Muitos não entendem o porquê obras com acabamento em metacrilato são mais caras.
Às vezes, por conta de um ponto de poeira ou um fiapo minúsculo, é preciso descartar um quadro de 2 metros quadrados.
Não existe como aproveitar chapas já polimerizadas. Uma vez feita a colagem, não há retorno, fica impossível descolar a imagem.
A porcentagem de perda no processo é alta, por isso, é preciso colocar este fator na base de cálculo para que o negócio possa ser rentável.
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