Com o avanço da comunicação, entretenimento e propagando, a manipulação de imagem se tornou uma ferramenta poderosa e, por vezes, controversa. Enquanto artistas, designers e profissionais de marketing exploram as possibilidades criativas que os softwares oferecem, a ética na manipulação de imagem emerge como uma questão central e diversas vezes discutida, principalmente nas redes. As fronteiras entre a criatividade e a ética precisam estar cada vez mais visíveis para que os profissionais do ramo da comunicação visual possam entender os pontos que ultrapassam a ética.
Facilidade da manipulação de imagem
Desde a transição das técnicas analógicas para as ferramentas digitais, a manipulação de vídeo e de imagem evoluíram exponencialmente. Antes o intuito era dar retoques simples e básicos, mas as ferramentas e softwares evoluíram para transformações complexas, desafiando nossas percepções da realidade visual. Junto da evolução exponencial da manipulação digital, o aprendizado e o acesso as ferramentas necessárias para as manipulações também se tornaram mais fáceis. Atualmente, na internet, existem tutoriais e programas acessíveis para edição e manipulação de imagem ou vídeo.
Com os estudos e o conhecimento de Inteligências Artificiais cada vez mais acessíveis, principalmente pela internet, muitos softwares de edição de imagem e vídeo implementaram as suas próprias I.A’s em seu programas para facilitar na edição, bastando apenas pedir para I.A realizar a edição que você deseja. O reconhecimento facial e reconstrução digital de rostos, fica mais fácil se passar por outro indivíduo ou “ressuscitar” pessoas usando essas ferramentas. Além disso tudo, a manipulação de áudio e voz através de softwares e das I.A’s está cada mais acessível e em constante desenvolvimento. Usado não apenas para substituir a própria voz, mas também para simular vozes de famosos, cantores e até de animais extintos e pré-históricos.
Poder e responsabilidade da manipulação visual
Com todas essas possibilidades e ferramentas em mão, o poder que a manipulação de imagem proporciona, não só aguça a criatividade, como transita pelos limiares da ética. Um exemplo básico disso são as propagandas de fast food, onde o hambúrguer da imagem sempre parece maior, mais saboroso e suculento do que aquele que você recebe quando realiza o seu pedido, daquele mesmo lanche que, caso você questione o motivo de estar tão diferente, existe sempre um asterisco em algum canto da imagem, pequeno, no canto, com um aviso que diz “Imagens meramente ilustrativas”. Mas um caso em específico gerou debates e até processo da Conar, onde a Volkswagen “ressuscitou” a falecida cantora Elis Regina para um dueto com a sua filha Maria Rita, comemorando o comercial de 70 anos da marca, saiba mais aqui.
Mesmo que os maiores casos envolvam empresas grandes, revistas renomadas e propagandas altamente veiculadas, os influencers e criadores de conteúdo também têm o poder de influenciar padrões visuais e estéticos, usando a manipulação audiovisual para moldar narrativas, a forma como o seu público à interpreta, o tom e a intenção da sua mensagem. Sendo assim, o ponto principal dessas manipulações é o quanto isso fere a ética de alguém e se ambos os lados, produtor e consumidor, concordam com a manipulação, entendendo o seu intuito.
Impactos da manipulação de imagem na sociedade
O público, em sua maioria, reconhece quando os criadores de conteúdo e artistas desviam da ética para benefício próprio, mesmo com toda essa responsabilidade, ainda cabe a cada um decidir o que consumir. A manipulação de imagem molda nossa sociedade de maneiras profundas. Desde a criação de padrões de beleza inatingíveis até a influência nas percepções da realidade, a prática levanta questões críticas sobre seu papel na formação da cultura visual contemporânea.
Entender a realidade que o cerca e que, mesmo que aquele hambúrguer seja muito saboroso, o seu pedido não virá idêntico aquele, é o primeiro passo para que o público entende que nem tudo o que vemos nos veículos de comunicação são reais e isso não significa que o produto seja mal feito ou que o sabor do hambúrguer seja ruim. Outro ponto principal surgiu quando as fake news estavam em alta, fazendo com que o público não pudesse simplesmente confiar em tudo o que era compartilhado em aplicativos de mensagem, sendo necessário pesquisar a informação para saber se era verídica e entender o que realmente aconteceu.
Ética da manipulação de imagem
Na arena publicitária, a manipulação de imagem desempenha um papel significativo. À medida que os meios de comunicação buscam contar histórias visualmente cativantes, a ética jornalística é posta à prova. Existem casos em que a manipulação de imagem afetou a credibilidade da mídia, mesmo que fosse um pequeno retoque para tirar as rugas de um presidente, ou mudar uma expressão facial para não comprometer a pauta.
A transparência na manipulação de imagem é a pedra angular da ética visual, mitigando os impactos negativos da manipulação de imagem. Por isso existem diretrizes éticas protegendo o consumidor de ser conduzido de forma imparcial em artigos jornalísticos, ou enganado com imagens irreais do produto, ou emocionalmente afetado por reconstruções de celebridade que já morreram. Nas redes sociais, onde a imagem muitas vezes supera as palavras, a manipulação visual é onipresente, moldando a autopercepção e as interações sociais, destacando os desafios éticos associados ao compartilhamento de imagens manipuladas.
Conclusão
Em nosso passeio pelas terras digitais da manipulação de imagem, fica evidente que a ética não é apenas uma régua para criadores de conteúdo, mas um farol orientador para todos nós. Não se trata apenas de diretrizes para designers e artistas, mas sim de uma bússola que molda nossa relação coletiva com as imagens. A ética na manipulação de imagem vai além das regras profissionais; ela se torna uma ferramenta para aprimorarmos nossa compreensão visual. Ao explorar esse vasto território, percebemos que a ética não é uma restrição, mas uma força que nos impulsiona a olhar mais de perto, a analisar com mais profundidade e a apreciar com mais respeito a riqueza de representações visuais.
Navegando por essa jornada, a responsabilidade ética surge como uma âncora vital. Ela não apenas nos mantém conectados à verdade visual, mas também nos lembra do impacto real que as imagens têm em nossa cultura e identidade. A responsabilidade ética é a luz que guia os criadores de conteúdo, lembrando-os constantemente do poder que possuem e das implicações éticas de suas escolhas.
A responsabilidade ética não é uma mera formalidade, é a promessa de preservar a integridade visual. É através dessa responsabilidade que construímos uma ponte entre a inovação tecnológica e o respeito aos valores éticos fundamentais. Ela nos guia na dança delicada entre criatividade e autenticidade, assegurando que nossa jornada por esse universo visual seja uma busca constante pela verdade, compreensão e respeito mútuo.
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18 de dezembro de 2023