Transformar sua paixão pela fotografia em um negócio pode ser empolgante e altamente recompensador.
Entretanto, isto requer um bom planejamento; não basta ter talento para construir um empreendimento lucrativo.
Pensando nisso, elaboramos um guia completo para que você saiba como iniciar um negócio de fotografia sólido e organizado, incluindo conselhos de profissionais na área.
1. Estabeleça um nicho
Se você está começando do zero, estabelecer um nicho é um dos primeiros passos que você deve tomar.
Profissionais iniciantes, muitas vezes, cometem o erro de tentar fotografar de tudo um pouco: paisagem, natureza, preto e branco, documental, etc. Este não é um bom caminho.
Quando você se especializa em um ou poucos assuntos, torna-se possível atrair públicos mais específicos, que verdadeiramente se interessam pelas suas obras.
Seguindo essa estratégia, fica muito mais fácil construir uma lista robusta de clientes que sabem do seu estilo e confiam em seu trabalho (fotografando diversos estilos faz com que seja extremamente difícil saber quem se interessa pelo quê). Além disso, estabelecer um nicho permite que você concentre suas energias em um campo e aperfeiçoe seu ofício como especialista.
Lembre-se de que os colecionadores vêem com bons olhos um portfólio que siga uma linha de produção coesa.
2. Desenvolva um plano de negócios
Um plano de negócios descreve as diversas etapas que farão parte da sua carreira profissional.
Ele serve como base para o entendimento de onde você está e auxilia no acompanhamento do seu progresso.
Separamos alguns pontos cruciais que devem fazer parte do seu planejamento:
Resumo Executivo: Qual é o propósito do seu negócio? Quais são seus objetivos? Estabeleça metas realistas e visualize o melhor caminho para atingir o sucesso desejado.
Descrição do negócio: Em que tipo de negócio de fotografia você estará? Fotografia de retrato? Viagens? Natureza? Embora você possa ter uma visão clara do seu negócio em sua cabeça, é essencial transmiti-la e deixar claro para o público.
Produtos e Serviços: O que você vai oferecer? Apenas impressões? Cursos? Pense nos valores, plataformas e logísticas para a comercialização de cada item.
Análise de mercado: Quem é seu público-alvo (idade, localização, renda…)? Como é a sua concorrência? Quanto você conseguirá produzir mensalmente? Esta análise ajuda você a entender como o mercado funciona e como você pode ser competitivo nele.
Ações de marketing: Para garantir a manutenção de clientes antigos e gerar um fluxo contínuo para a aquisição de novos, é essencial focar nas ações de marketing. Crie um site onde você disponibilize todos os seus serviços prestados e portfólio; publique consistentemente nas redes sociais usando hashtags condizentes com suas postagens; tenha uma lista de e-mails para fazer ações mais direcionadas; estabeleça um bom network para alcançar lugares onde você não conseguiria por conta própria, e assim por diante.
Linha do tempo: definir uma linha do tempo é muito importante para se manter atualizado sobre suas metas de curto e longo prazo. Detalhe tudo: datas para publicações nas redes, prazos de impressão, agenda para workshops, etc. Essa “ferramenta de gerenciamento” pode ajudar bastante a se manter constante e focado no negócio.
3. Tenha os equipamentos necessários
Pensando no básico, você precisa ter uma câmera de qualidade; tripé; iluminação homogênea; um computador e software de edição, como o Adobe Photoshop. Eles são mais do que suficientes para começar.
As demais ferramentas vão depender do seu nicho fotográfico.
Evite gastar em equipamentos que você não precisa. Use tudo o que já tiver e, na hora de atualizar, cogite pesquisar e comprar materiais usados para economizar.
Lembre-se: gastar em equipamentos muito caros inicialmente não faz sentido, já que é difícil conseguir altos lucros no começo do negócio.
4. Crie uma marca
Construir uma marca é essencial num mercado competitivo.
Essencialmente, a marca significa criar uma aparência coesa para seu trabalho compartilhado publicamente; ela garante que todos os aspectos do seu negócio sejam compatíveis.
O especialista em branding e marketing Seth Godin define uma marca como “o conjunto de expectativas, memórias, histórias e relacionamentos que, em conjunto, respondem pela decisão do consumidor de escolher um produto ou serviço em detrimento de outro”.
Em suma, ela torna sua empresa memorável em comparação aos concorrentes em áreas semelhantes.
A fotógrafa comercial e editorial Laura Thompson conta que, assim que começou a trabalhar com marcas alinhadas ao seu portfólio, percebeu que precisava de mais consistência em seus sites, contratos, e-mails etc.
“Eu queria ser levada a sério e aumentar meus preços”, disse Laura. Ela entendia que uma boa marca aumentaria o valor do negócio; e isso aconteceu.
A fotógrafa pegou algumas das cores mais presentes em seus trabalhos, desenvolveu um logo e adotou algumas fontes para padronizar as publicações de seu empreendimento. Com isso, aparência de seu negócio passou a corresponder mais fielmente à qualidade do trabalho que ela produzia para seus clientes.
“Minha marca definitivamente me faz parecer mais profissional, mas permanecer consistente com a qualidade do trabalho que produzo e a atenção aos detalhes com meus clientes é o que me faz bem sucedida”, completa Laura.
Além da identidade visual de uma marca, a linguagem que você usa desempenha um papel importante na conexão com os clientes. Ao analisar seu público-alvo, entenda quais são as melhores palavras e formas de dialogar.
5. Tenha um Website
Criar um site é a maneira mais eficaz de divulgar seu trabalho, construir uma marca e vender obras de arte, produtos ou serviços.
Se você tem uma presença online – e seu trabalho pode ser encontrado, compartilhado, ou curtido – você pode alcançar um nível de reconhecimento que antes só poderia ser sonhado com a representação de uma Galeria.
Não se esqueça: ter obras publicadas nas redes sociais é importante, mas não a melhor opção. Qualquer mudança no layout, algoritmo ou política da plataforma pode impactar severamente a visualização / alcance do seu trabalho.
Além disso, lugares como Instagram ou Pinterest possuem um enorme ruído, já que dentro deles existem milhares de outros assuntos que podem distrair o público de analisar profundamente seu trabalho.
Ter um site permitirá que você construa e fortaleça sua autoridade online, dando às pessoas a oportunidade de saber quem você é como artista.
Caso você queira se aprofundar neste assunto e saber como criar um site gratuitamente, clique aqui.
6. Estabeleça preços consistentes e coerentes
Seus preços de venda devem ser, pelo menos, 2.5 vezes maiores do que os custos de produção da obra. Esta é uma referência básica.
Sobre os custos envolvidos no processo, alguns são:
– Deslocamento até o local (caso haja)
– Tempo gasto para fotografar e editar
– Equipamentos e programa de edição
Além de tudo, é interessante estipular um valor pelo metro quadrado de imagem para padronizar os preços dos trabalhos.
Não se esqueça de subtrair os custos do laboratório que fará o serviço de impressão caso você não tenha uma impressora profissional ou os acabamentos em que as obras serão comercializadas.
Também dê uma olhada nos preços da concorrência (geográfica, de nicho e experiência) para ter uma base. Cobrar muito acima pode gerar dúvidas para os clientes.
7. Seja ativo nas redes sociais e construa relações
Você pode ser o melhor fotógrafo do mundo, mas, a menos que as pessoas saibam sobre você, não vai adiantar muito.
Participe de exposições e eventos culturais; frequente galerias e museus; entre em grupos nas redes sociais. Conheça e converse com pessoas que estão nesses ambientes. São ótimas oportunidades para você se apresentar e aumentar sua base de potenciais clientes.
De forma online, é extremamente necessário ser ativo nas redes sociais; elas são a forma mais fácil de divulgar suas obras. As possibilidades de compartilhamento e impulsionamento (publicação paga) aumentam demais o alcance do seu trabalho.
As plataformas digitais tornaram-se uma ótima forma de viabilizar os negócios dos artistas. Se você quiser se aprofundar neste assunto e entender como usar as redes sociais ao seu favor, clique aqui.
8. Redija um contrato
Seus clientes devem saber antecipadamente quanto é devido e como devem fazer o pagamento. Torne este processo o mais claro possível.
É importante destacar o seguinte: o fato de um cliente possuir a sua obra, não faz com que ele tenha os direitos de reprodução da imagem. Estes são apenas do artista, a não ser que ele faça uma concessão por um período determinado.
Embora nem todos se sintam à vontade com essa parte jurídica, redigir contratos tornará suas negociações comerciais muito mais seguras e profissionais.
Você pode encontrar diversos modelos de contrato para fotógrafos online.
9. Registre seu negócio
Quando as vendas começarem a aumentar e você estiver se consolidando no mercado, registre-se formalmente.
O registro de uma empresa fornece garantias e benefícios. Você pode se formalizar como Micro Empreendedor Individual (MEI); o cadastro é grátis e a única obrigação é o pagamento de uma pequena taxa mensal.
Com um CNPJ você poderá ter acesso a mais empréstimos, benefícios na abertura de conta bancária empresarial, financiamento pelo BNDES, direito a licença por doença ou maternidade, pensão por morte, etc.
Basta verificar no site Portal do Empreendedor se seu empreendimento de fotografia profissional se enquadra no regulamento e fazer a formalização online e em poucos minutos.
Conclusão
Não esqueça: se você gosta de tirar fotos e está disposto a trabalhar duro, é completamente viável iniciar um negócio de fotografia e ter uma boa vida financeira.
Como em qualquer empreendimento, haverá altos e baixos, mas, estando comprometido com seu ofício e trabalhando para oferecer a cada cliente uma ótima experiência, certamente você ganhará uma sólida reputação profissional.
Equilibre sua paixão com habilidades de negócios e você estará no caminho do sucesso.
Se você precisar de ajuda em qualquer etapa que listamos nesta matéria, entre em contato conosco. Vamos fazer o máximo possível para te ajudar.
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